Ao refletir sobre o conceito dos três mundos de Popper, compartilho minha compreensão:
Três mundos: mundo físico, mundo da mente e mundo intersubjetivo A maior parte do sofrimento humano deriva da incapacidade de distinguir em qual desses mundos realmente estamos vivendo. Não vivemos em uma única realidade, mas sim navegamos simultaneamente por três camadas sobrepostas, com regras completamente diferentes. Compreender as fronteiras desses três mundos é o primeiro passo para a maturidade mental. ⸻ Um, Mundo físico Este é o hardware fundamental do mundo. Composto por átomos, gravidade, leis da termodinâmica e reações bioquímicas. Características: É o “pré-linguagem”. Independentemente de acreditar ou não, ele existe. Não contém significado, apenas causalidade. O fogo queima, as pessoas envelhecem, a gravidade te puxa para o chão. Neste mundo, não há justiça, apenas mecanismos físicos; não há bem ou mal, apenas troca de energia. O mundo físico é o limite final de todas as narrativas — você pode usar histórias para esconder a fome, mas não para encher a barriga. ⸻ Dois, Mundo da mente Este é a interface do seu sistema operacional. Composto por sua dor, prazer, ansiedade, memórias e experiências únicas. Características: É “não comutável”, cada mente é uma caixa preta que não pode ser aberta. Uma dor de dente é um sinal nervoso do mundo físico, mas a sensação de “dor” só existe no seu mundo pessoal. Sua ansiedade, sua euforia, são essencialmente absolutamente fechadas. Mesmo que você use toda a retórica, os outros só podem entender sua descrição, não podem replicar sua experiência. Neste mundo, você é o único Deus e também o único prisioneiro. Toda informação externa deve passar por essa codificação (processamento cerebral) para fazer sentido para você. ⸻ Três, Mundo intersubjetivo Este é o protocolo de rede local criado pelos humanos. Composto por leis, moeda, nações, empresas, moral, religião e Crypto. Características: É uma existência “se acreditar, existe; se não acreditar, não existe”. Uma nota de dinheiro pode trocar por pão porque todos acreditamos que ela é dinheiro; uma empresa existe porque leis e o mercado reconhecem esse conceito. É a maior invenção da humanidade, e também o maior labirinto. Troçamos recursos do mundo físico (petróleo, poder computacional) através dos desejos do mundo da mente (ganância, medo), em troca e redistribuição no mundo intersubjetivo. ⸻ Quatro, A origem do sofrimento: deslocamento de mundos A maioria das dificuldades da vida vem de tentar resolver problemas de um mundo usando as regras de outro. Deslocamento um: usar o “mundo intersubjetivo” para combater o “mundo físico” Todas as pirâmides financeiras e bolhas de grande escala tentam usar “confiança (intersubjetivo)” para modificar “leis (físico)”. O desfecho inevitável é uma liquidação violenta do mundo físico sobre o mundo intersubjetivo. Deslocamento dois: usar a “avaliação intersubjetiva” para preencher a “experiência pessoal” Muitas pessoas trabalham duro para ganhar dinheiro (acúmulo intersubjetivo), tentando alcançar paz interior (experiência pessoal). Mas “status social” é uma ideia na cabeça dos outros, enquanto “felicidade” é uma reação química na sua própria cabeça. Não se preenche um buraco negro interno com consenso externo. Deslocamento três: confundir “regras intersubjetivas” com “leis físicas” “Casar aos 35 anos”, “não comprar casa é fracasso”. São apenas histórias tecidas pelo mundo intersubjetivo, regras flexíveis que podem ser mudadas, abandonadas ou ignoradas. Muitas pessoas as tratam como leis físicas de gravidade, e assim acabam esmagando seu próprio mundo pessoal. ⸻ Cinco, Estratégias de sobrevivência do consciente Uma pessoa consciente é um infiltrador que navega com destreza pelos três mundos. * Respeitar o mundo físico: exercitar o corpo, valorizar o senso comum, reconhecer ciclos, não desafiar a probabilidade. Essa é a base da sobrevivência. * Utilizar o mundo intersubjetivo: entender regras, usar dinheiro, leis e narrativas como alavancas para obter recursos. Mas sempre lembrar: são apenas ferramentas, não a verdade. * Proteger a mente pessoal: manter uma área livre de invasões narrativas, independentemente do barulho externo. No final, o mundo físico reciclará seus átomos, o mundo intersubjetivo esquecerá seu nome. O que você realmente possui é apenas este momento, aquela respiração que acontece no seu mundo pessoal. ⸻
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Ao refletir sobre o conceito dos três mundos de Popper, compartilho minha compreensão:
Três mundos: mundo físico, mundo da mente e mundo intersubjetivo
A maior parte do sofrimento humano deriva da incapacidade de distinguir em qual desses mundos realmente estamos vivendo.
Não vivemos em uma única realidade, mas sim navegamos simultaneamente por três camadas sobrepostas, com regras completamente diferentes.
Compreender as fronteiras desses três mundos é o primeiro passo para a maturidade mental.
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Um, Mundo físico
Este é o hardware fundamental do mundo.
Composto por átomos, gravidade, leis da termodinâmica e reações bioquímicas.
Características:
É o “pré-linguagem”. Independentemente de acreditar ou não, ele existe.
Não contém significado, apenas causalidade.
O fogo queima, as pessoas envelhecem, a gravidade te puxa para o chão.
Neste mundo, não há justiça, apenas mecanismos físicos; não há bem ou mal, apenas troca de energia.
O mundo físico é o limite final de todas as narrativas — você pode usar histórias para esconder a fome, mas não para encher a barriga.
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Dois, Mundo da mente
Este é a interface do seu sistema operacional.
Composto por sua dor, prazer, ansiedade, memórias e experiências únicas.
Características:
É “não comutável”, cada mente é uma caixa preta que não pode ser aberta.
Uma dor de dente é um sinal nervoso do mundo físico, mas a sensação de “dor” só existe no seu mundo pessoal.
Sua ansiedade, sua euforia, são essencialmente absolutamente fechadas. Mesmo que você use toda a retórica, os outros só podem entender sua descrição, não podem replicar sua experiência.
Neste mundo, você é o único Deus e também o único prisioneiro.
Toda informação externa deve passar por essa codificação (processamento cerebral) para fazer sentido para você.
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Três, Mundo intersubjetivo
Este é o protocolo de rede local criado pelos humanos.
Composto por leis, moeda, nações, empresas, moral, religião e Crypto.
Características:
É uma existência “se acreditar, existe; se não acreditar, não existe”.
Uma nota de dinheiro pode trocar por pão porque todos acreditamos que ela é dinheiro; uma empresa existe porque leis e o mercado reconhecem esse conceito.
É a maior invenção da humanidade, e também o maior labirinto.
Troçamos recursos do mundo físico (petróleo, poder computacional) através dos desejos do mundo da mente (ganância, medo), em troca e redistribuição no mundo intersubjetivo.
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Quatro, A origem do sofrimento: deslocamento de mundos
A maioria das dificuldades da vida vem de tentar resolver problemas de um mundo usando as regras de outro.
Deslocamento um: usar o “mundo intersubjetivo” para combater o “mundo físico”
Todas as pirâmides financeiras e bolhas de grande escala tentam usar “confiança (intersubjetivo)” para modificar “leis (físico)”.
O desfecho inevitável é uma liquidação violenta do mundo físico sobre o mundo intersubjetivo.
Deslocamento dois: usar a “avaliação intersubjetiva” para preencher a “experiência pessoal”
Muitas pessoas trabalham duro para ganhar dinheiro (acúmulo intersubjetivo), tentando alcançar paz interior (experiência pessoal).
Mas “status social” é uma ideia na cabeça dos outros, enquanto “felicidade” é uma reação química na sua própria cabeça.
Não se preenche um buraco negro interno com consenso externo.
Deslocamento três: confundir “regras intersubjetivas” com “leis físicas”
“Casar aos 35 anos”, “não comprar casa é fracasso”.
São apenas histórias tecidas pelo mundo intersubjetivo, regras flexíveis que podem ser mudadas, abandonadas ou ignoradas.
Muitas pessoas as tratam como leis físicas de gravidade, e assim acabam esmagando seu próprio mundo pessoal.
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Cinco, Estratégias de sobrevivência do consciente
Uma pessoa consciente é um infiltrador que navega com destreza pelos três mundos.
* Respeitar o mundo físico: exercitar o corpo, valorizar o senso comum, reconhecer ciclos, não desafiar a probabilidade. Essa é a base da sobrevivência.
* Utilizar o mundo intersubjetivo: entender regras, usar dinheiro, leis e narrativas como alavancas para obter recursos. Mas sempre lembrar: são apenas ferramentas, não a verdade.
* Proteger a mente pessoal: manter uma área livre de invasões narrativas, independentemente do barulho externo.
No final, o mundo físico reciclará seus átomos, o mundo intersubjetivo esquecerá seu nome.
O que você realmente possui é apenas este momento, aquela respiração que acontece no seu mundo pessoal.
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