A escassez de ouro digital ultrapassa de longe a nossa compreensão, e muitos investidores nem sequer percebem o que exatamente perderam.

Ao ver a cotação de 88.000 dólares por Bitcoin, o que me vem à cabeça não é "este preço é absurdo", mas sim "quantos Bitcoins realmente posso comprar com este valor". Os dados superficiais parecem bons — cerca de 19,9 milhões já minerados, não estando muito longe do limite de 21 milhões.

Mas ao abrir os dados na blockchain, vemos uma verdade chocante: menos de 45% dos Bitcoins estão realmente em circulação ativa. E o resto? Alguns foram permanentemente perdidos, outros mantidos em carteiras de longo prazo. O resultado é — a verdadeira escassez de mercado é muito mais assustadora do que os números no papel indicam.

**Aqueles Bitcoins que desapareceram**

A escassez de Bitcoin não se resume apenas ao limite de 21 milhões. Segundo estimativas de instituições de análise na blockchain, apenas por esquecimento da chave privada, falhas no dispositivo ou falecimento inesperado dos detentores, entre 2,3 milhões e 7,8 milhões de Bitcoins saíram permanentemente de circulação.

O que significa esse enorme buraco negro? Significa que, entre os 19 milhões de Bitcoins já minerados, a quantidade realmente efetiva pode estar entre 12,1 milhões e 17,6 milhões.

Satoshi Nakamoto já disse, em 2010, uma frase carregada de significado: "Bitcoin perdido só torna as moedas dos outros um pouco mais valiosas. Considere isso como uma doação para todos." Hoje, parece que essa profecia está se tornando realidade em uma escala sem precedentes.

Os Bitcoins que desapareceram estão silenciosamente criando uma pressão deflacionária, de uma magnitude que até supera a soma de todas as posições detidas por instituições.