O que exatamente é a inflação? Uma explicação completa desde o conceito até a prática

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O que é inflação?

Simplificando, o que é inflação? É quando o seu dinheiro vale cada vez menos.

De forma mais específica, inflação refere-se ao aumento contínuo dos preços de bens e serviços durante um período, fazendo com que, com o mesmo dinheiro, você possa comprar cada vez menos. Podemos entender como: há dinheiro demais em circulação, os bens são relativamente escassos, e com muito dinheiro a perseguir poucos bens, os preços acabam subindo.

O indicador mais comum para medir a inflação é o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que reflete a velocidade das mudanças nos preços dos bens de consumo diário.

Por que ocorre inflação?

A inflação não surge do nada; há alguns fatores principais que a impulsionam:

Impulsionada pela demanda (inflação de demanda)

Quando a demanda por bens aumenta repentinamente, as empresas aumentam a produção para atender. Aumento da produção → aumento do lucro das empresas → contratação e expansão → empregados têm mais dinheiro para gastar → demanda aumenta ainda mais. Assim, forma-se um ciclo virtuoso (do ponto de vista do crescimento econômico). Embora os preços subam, a economia (PIB) também cresce, e o governo geralmente incentiva essa situação.

Impulsionada pelos custos (inflação de custos)

O aumento abrupto nos preços das matérias-primas também pode gerar inflação. Tomando como exemplo o conflito Rússia-Ucrânia de 2022, a Europa não pôde importar petróleo e gás da Rússia, levando a uma duplicação nos preços de energia. Como resultado, a inflação na zona do euro chegou a mais de 10% ao ano, atingindo recordes históricos.

Essa inflação é muito perigosa, pois o aumento dos custos das empresas leva à redução da produção, desaceleração do PIB, e isso é algo que os governos querem evitar, pois pode levar a uma situação de estagflação.

Superimpressão de moeda

Quando o governo ou o banco central imprimem dinheiro de forma excessiva, há excesso de liquidez no mercado, o que naturalmente eleva os preços. Quase todas as hiperinflações históricas tiveram origem nisso. Por exemplo, Taiwan na década de 1950, para lidar com déficits fiscais pós-guerra, o Banco de Taiwan emitiu muita moeda, fazendo com que 800 milhões de dólares de moeda local valessem apenas 1 dólar.

Expectativa de inflação em alta

Este é um dos fatores mais difíceis de controlar. Quando as pessoas esperam que os preços continuem subindo, elas antecipam o consumo; os trabalhadores pedem aumentos salariais; os comerciantes também aumentam os preços. Isso cria um ciclo de inflação auto-realizável. Uma vez que as expectativas aumentam, o banco central precisa de esforços consideráveis para revertê-las.

Por que subir as taxas de juros pode conter a inflação?

Quando a inflação sai do controle, a ação padrão do banco central é aumentar as taxas de juros — elevar a taxa básica.

A lógica é clara: juros mais altos → custo de empréstimo aumenta → as pessoas ficam menos dispostas a pegar dinheiro emprestado → liquidez do mercado diminui → demanda por bens cai → os preços naturalmente recuam.

Por exemplo, se a taxa de empréstimo sobe de 1% para 5%, ao pegar 1 milhão, o juros passa de 10 mil para 50 mil por ano. Assim, as pessoas tendem a preferir guardar dinheiro no banco do que gastar com empréstimos, reduzindo a demanda e, consequentemente, os preços.

Por outro lado, subir juros tem um custo evidente: as empresas deixam de contratar em grande escala, a taxa de desemprego sobe, o crescimento econômico desacelera, e, em casos extremos, pode até desencadear recessão. É por isso que, ao aumentar as taxas, o mercado costuma ficar apreensivo.

A inflação é realmente toda ruim?

Na verdade, não. Uma inflação moderada pode ser benéfica para a economia.

Quando as pessoas esperam que os preços subam, o desejo de consumir aumenta — “agora é mais barato do que depois”. O aumento da demanda estimula o investimento das empresas, a produção cresce, e a economia se dinamiza. Como exemplo, na China no início dos anos 2000, o IPC subiu de 0 para 5%, e o crescimento do PIB passou de 8% para mais de 10%.

O oposto da inflação moderada é a deflação (queda ou estagnação de preços). O Japão na década de 1990 viveu esse pesadelo: após o estouro da bolha econômica, os preços quase não variaram, as pessoas preferiram poupar em vez de gastar, e o crescimento do PIB virou negativo. O país entrou em um período conhecido como as “Trinta Anos Perdidos”.

Por isso, as principais economias costumam estabelecer uma meta de inflação em torno de 2%-3%. Muito baixa pode levar à estagnação econômica, e muito alta corrói as poupanças.

Para quem a inflação é favorável?

Para quem tem dívidas. Parece contraintuitivo, mas a lógica é simples:

A inflação faz o dinheiro que você tem perder valor, mas, se você deve dinheiro, o valor que precisa pagar também diminui. Por exemplo, se há 20 anos você pegou um empréstimo de 100 mil para comprar uma casa, com uma inflação de 3% ao ano, após 20 anos o poder de compra de 100 mil é aproximadamente 55 mil, ou seja, você pagou menos do que originalmente pegou emprestado.

Portanto, em períodos de alta inflação, quem usa dívidas para comprar imóveis, ações ou outros ativos tende a obter maiores ganhos, pois os preços desses ativos geralmente sobem com a inflação.

Como o mercado de ações se comporta em alta inflação?

Conclusão simples: inflação baixa favorece o mercado de ações, alta inflação prejudica.

Em períodos de inflação moderada, o fluxo de capital para ações aumenta, elevando os preços das ações. Mas, em alta inflação, o banco central adota políticas de aperto, elevando as taxas de juros, aumentando o custo de financiamento das empresas, e reduzindo as avaliações das ações.

O exemplo de 2022 nos EUA é clássico. A inflação ao consumidor (CPI) subiu 9,1% (máximo em 40 anos em junho), o Federal Reserve aumentou a taxa de juros sete vezes ao longo do ano, elevando a taxa básica de 0,25% para 4,5%. Como resultado, o índice S&P 500 caiu 19% no ano, e o Nasdaq caiu 33%.

Mas isso não significa que, em alta inflação, não haja oportunidades. Dados históricos mostram que setores de energia tiveram desempenho excelente em períodos de alta inflação: em 2022, o setor de energia nos EUA subiu mais de 60%, com Occidental Petroleum subindo 111% e ExxonMobil 74%.

Como proteger e valorizar seus ativos em alta inflação?

Diante da pressão inflacionária, uma única alocação de ativos já não é suficiente. Os investidores precisam diversificar suas carteiras para se protegerem da desvalorização.

Ativos que se saem bem em períodos de inflação:

  • Imóveis: em mercados líquidos, o capital tende a migrar para imóveis, elevando os preços. Além de serem bens de consumo, os imóveis também funcionam como reserva de valor.
  • Metais preciosos (ouro, prata, etc.): o ouro tem relação inversa com a taxa de juros real (juros nominais menos inflação). Quanto maior a inflação, maior a atratividade do ouro.
  • Ações de energia: empresas de petróleo e gás costumam ter bom desempenho em períodos de alta inflação, sendo considerados investimentos defensivos.
  • Moedas estrangeiras (dólar, etc.): com o aumento das taxas de juros, o dólar se valoriza, oferecendo proteção contra a inflação.

Dicas práticas:

Adote uma estratégia de “tripartição” — divida seu capital em três partes, investindo em ativos de crescimento (ações), de preservação de valor (ouro) e de proteção (dólar). Assim, participa do crescimento econômico, protege-se da inflação e reduz riscos de concentração.

Por exemplo, uma alocação de 33% em fundos de ações ou ETFs, 33% em metais preciosos e 33% em dólares ou ativos dolarizados. Essa combinação ajuda a manter uma rentabilidade relativamente estável em diferentes ciclos econômicos.

Resumindo

O que é inflação? Resumindo em uma frase: o dinheiro fica “pelado”, e os bens ficam mais caros. Uma inflação moderada é um catalisador para o crescimento econômico, mas uma inflação elevada pode gerar problemas sociais. O banco central controla a inflação elevando as taxas de juros, mas o custo é a desaceleração econômica.

Para o investidor, o mais importante é entender que, em ambientes inflacionários, manter apenas dinheiro na mão é prejuízo. É preciso diversificar, antecipar-se, e investir em ações, metais preciosos, imóveis e outros ativos com potencial de preservação e valorização, para que a riqueza cresça de verdade durante a inflação.

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