O setor de finanças descentralizadas (DeFi) enfrentou mais um grande desafio. Em 3 de novembro de 2025, o protocolo veterano de liquidez Balancer (BAL) sofreu uma grave vulnerabilidade de segurança. Hackers roubaram mais de 116 milhões USD em ativos em poucas horas. O caso gerou preocupação imediata na comunidade "on-chain" e está entre os maiores e mais relevantes hacks já registrados na história da DeFi.
Análises "on-chain" revelam que o invasor mirou o componente Vault do contrato inteligente do Balancer V2, explorando falhas nas verificações de autorização e vulnerabilidades relacionadas a callbacks para manipular pools de liquidez e transferir ativos sem permissão. A violação ocorreu devido a uma falha lógica fundamental no contrato inteligente, e não por vazamento de chave privada.

(Fonte: lookonchain)
Segundo o monitoramento da Lookonchain, hackers já roubaram mais de 116 milhões USD, distribuídos entre as principais redes: Ethereum Mainnet, Arbitrum, Base, Sonic, Optimism e Polygon. Diversos liquid staking tokens (LSTs) foram subtraídos, incluindo principalmente rETH, frxETH, osETH e rsETH — evidenciando amplo domínio técnico sobre ativos DeFi "cross-chain".
Pesquisadores de segurança identificaram que o invasor implantou contratos maliciosos durante a inicialização dos pools de liquidez. Ele aproveitou verificações fracas de autorização do Vault e atualizações anormais de estado para contornar salvaguardas. Isso permitiu trocas não autorizadas entre pools e manipulação dos saldos, possibilitando movimentação rápida dos ativos.
A Kebabsec e vários desenvolvedores confirmaram que a origem do incidente não foi erro de autorização, mas sim alterações no estado das transações antes dos saques, facilitando a exploração maliciosa durante o saque dos ativos.
Durante o hack, diversos protocolos com forte integração ao Balancer agiram de forma rápida para proteger seus interesses:
O fundador da Berachain, Smokey The Bera, declarou que a equipe está colaborando com diversas exchanges centralizadas para bloquear a carteira do invasor, além de suspender funções de bridge, empréstimos e emissão de HONEY, visando proteger o capital dos provedores de liquidez.

(Fonte: lookonchain)
Uma carteira anteriormente inativa (0x0090) ganhou destaque durante o episódio. Segundo análise da Lookonchain, essa baleia voltou a operar após o anúncio do hack no Balancer, realizando saques urgentes de mais de 6,5 milhões USD em ativos. O movimento evidencia a volatilidade do mercado e reforça o aumento da atenção dos investidores DeFi para riscos de segurança.
Analistas "on-chain" identificaram que o invasor utiliza Cow Protocol e diversas plataformas DEX para converter gradualmente os LSTs roubados em tokens principais como ETH e USDC. Por exemplo, 10 osETH foram trocados por 10,55 ETH, demonstrando uso de técnicas de lavagem e mixagem para dificultar o rastreamento.
Até o momento, não há indícios de que os fundos possam ser recuperados. Equipes de segurança seguem bloqueando endereços e realizando monitoramento "on-chain" para tentar conter os riscos.
Usuários do Balancer e investidores DeFi devem seguir as recomendações abaixo:
O ataque ao Balancer evidenciou novamente a vulnerabilidade dos contratos inteligentes. Embora a descentralização e a autocustódia sejam pilares da DeFi, elas também transferem toda a responsabilidade para usuários e desenvolvedores. No futuro, equilibrar inovação e segurança será fundamental para a evolução das finanças descentralizadas. O impacto sobre o Balancer pode ser duradouro, mas o incidente também pode servir de impulso para melhorias na infraestrutura de segurança da DeFi.





