A Polygon trocou o MATIC por POL desta vez, mas não se trata apenas de uma mudança de nome.

Muitos ainda permanecem na ideia de que "Polygon é uma sidechain do Ethereum", mas esse projeto há muito deixou de se limitar a uma única cadeia. A introdução do POL é, na verdade, um passo fundamental para um plano mais ambicioso — transformar o Polygon na verdadeira "Internet de blockchains".

Vamos falar primeiro dos problemas do antigo MATIC. Sua lógica de design era bastante tradicional: pagar taxas de Gas, participar de staking em uma única cadeia, atendendo principalmente à Polygon PoS. Era funcional, mas de escopo limitado. Quando o Polygon começou a explorar zkEVM, várias Supernets e até a tecelagem de múltiplas cadeias em uma rede, o mecanismo do MATIC claramente não dava conta.

O POL tem uma proposta totalmente diferente. Ele foi criado como o "motor econômico" de todo o ecossistema Polygon 2.0 — não para servir uma única cadeia, mas para coordenar e proteger toda a rede multi-cadeias. Aqui entra um conceito-chave chamado "tokens de superprodução" — de forma simples, permite que uma mesma participação (staking) forneça segurança para várias cadeias ao mesmo tempo, aumentando drasticamente a eficiência de capital.

Mais importante ainda é o AggLayer. O objetivo do Polygon é fazer com que os usuários não percebam a existência de múltiplas cadeias rodando nos bastidores, como se estivessem acessando uma rede única. O POL atua como garantia universal e ferramenta de coordenação nesse sistema, suportando operações complexas como transações cross-chain e compartilhamento de liquidez.

De MATIC para POL, a mudança aparente de símbolo representa uma verdadeira evolução na arquitetura da rede. O Polygon não quer mais ser apenas uma solução de escalabilidade para o Ethereum; deseja se tornar a infraestrutura que conecta diversas blockchains. Essa ambição é viável? Pelo menos na lógica do design econômico do token, eles parecem estar levando a sério.