Tenho a certeza de que já ouviste isto: “o dinheiro mau expulsa o dinheiro bom”. Parece estranho, não é? Mas é um princípio económico real que remonta ao século XVI e que tem tudo a ver com a forma como escolhemos que dinheiro usar.
O que é exatamente a lei de Gresham?
A ideia é simples, mas poderosa. Quando há dois tipos de dinheiro em circulação, as pessoas gastam o que consideram “mau” (menos valioso) e guardam o que consideram “bom” (mais valioso). Sir Thomas Gresham, um financeiro inglês que aconselhava a Rainha Isabel I, popularizou este conceito ao observar como as moedas desgastadas ou falsificadas expulsavam do mercado as moedas legais mais valiosas. As pessoas preferiam gastar o “feio” e ficar com o “bom”.
Agora vamos aplicar isto às criptomoedas
Aqui é onde fica interessante. Se comparares alguém que possui tanto dólares americanos como Bitcoin, provavelmente:
Usa os dólares para as suas compras diárias (embora percam valor por inflação)
Atesora o Bitcoin esperando que valorize
Isto é a lei de Gresham em ação em 2024. O Bitcoin atua como “dinheiro bom” (depósito de valor, escasso como o ouro), enquanto que o dólar é o “dinheiro mau” para gastar.
As stablecoins entram aqui como uma variante moderna: são o equivalente digital do dinheiro “mau” mas útil, porque mantêm o valor constante para transações diárias sem a volatilidade do BTC ou ETH.
A batalha: criptos vs. dinheiro fiduciário
A lei de Gresham explica porquê:
Os governos preferem que uses a sua moeda (curso legal, requisitos regulatórios)
As pessoas atesouram criptomoedas como proteção contra a inflação
A volatilidade faz com que muitos evitem gastar criptomoedas no dia a dia
O exemplo da China mostra isso claramente: a proibição forçou as pessoas a usar o yuan por lei, sem alternativa
Mas há um problema
A lei de Gresham tem limitações no mundo cripto moderno:
As taxas de câmbio não são fixas - o Bitcoin oscila constantemente, apagando a linha entre “dinheiro bom” e “mau”
A psicologia humana interfere - nem todos veem o Bitcoin como “bom”; a confiança no dinheiro tradicional está enraizada culturalmente
A volatilidade extrema complica tudo - alguns guardam criptomoedas para que valorizem, outros não as gastam por medo de perder, outros simplesmente não confiam
As inovações fintech mudam as regras - apps, pagamentos instantâneos, DeFi… o sistema monetário já não funciona como em 1556
O ponto final
A lei de Gresham continua relevante, mas precisa de um ajuste para o mundo digital. Não se trata apenas de qual dinheiro é “melhor” ou “pior”, mas de estabilidade percebida, regulamentação, casos de uso e confiança. Por isso, o Bitcoin continua a ser um depósito de valor, enquanto as stablecoins dominam as transações, e por que a maioria ainda usa dinheiro tradicional no dia a dia.
A questão real não é qual expulsará qual, mas como aprenderemos a conviver com múltiplos sistemas de dinheiro simultaneamente.
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Lei de Gresham Explicada: Por que as Pessoas Guardam Bitcoin mas Gastam Dólares
Tenho a certeza de que já ouviste isto: “o dinheiro mau expulsa o dinheiro bom”. Parece estranho, não é? Mas é um princípio económico real que remonta ao século XVI e que tem tudo a ver com a forma como escolhemos que dinheiro usar.
O que é exatamente a lei de Gresham?
A ideia é simples, mas poderosa. Quando há dois tipos de dinheiro em circulação, as pessoas gastam o que consideram “mau” (menos valioso) e guardam o que consideram “bom” (mais valioso). Sir Thomas Gresham, um financeiro inglês que aconselhava a Rainha Isabel I, popularizou este conceito ao observar como as moedas desgastadas ou falsificadas expulsavam do mercado as moedas legais mais valiosas. As pessoas preferiam gastar o “feio” e ficar com o “bom”.
Agora vamos aplicar isto às criptomoedas
Aqui é onde fica interessante. Se comparares alguém que possui tanto dólares americanos como Bitcoin, provavelmente:
Isto é a lei de Gresham em ação em 2024. O Bitcoin atua como “dinheiro bom” (depósito de valor, escasso como o ouro), enquanto que o dólar é o “dinheiro mau” para gastar.
As stablecoins entram aqui como uma variante moderna: são o equivalente digital do dinheiro “mau” mas útil, porque mantêm o valor constante para transações diárias sem a volatilidade do BTC ou ETH.
A batalha: criptos vs. dinheiro fiduciário
A lei de Gresham explica porquê:
Mas há um problema
A lei de Gresham tem limitações no mundo cripto moderno:
O ponto final
A lei de Gresham continua relevante, mas precisa de um ajuste para o mundo digital. Não se trata apenas de qual dinheiro é “melhor” ou “pior”, mas de estabilidade percebida, regulamentação, casos de uso e confiança. Por isso, o Bitcoin continua a ser um depósito de valor, enquanto as stablecoins dominam as transações, e por que a maioria ainda usa dinheiro tradicional no dia a dia.
A questão real não é qual expulsará qual, mas como aprenderemos a conviver com múltiplos sistemas de dinheiro simultaneamente.