A recente comunicação do Banco do Japão sobre o aumento das taxas de juro foi bastante interessante — o governador não estabeleceu nenhuma linha temporal, reiterando repetidamente "ouvir os dados" e "proceder com cautela". A lógica por trás disso é bastante realista: uma política de estímulo excessivo de 30 anos tornou-se parte do ADN da economia, e uma mudança abrupta seria suicida. Portanto, em vez de dizer que estamos a aumentar as taxas, é mais uma ajustamento estrutural em ritmo lento.

Imagine só, taxas de juro zero a longo prazo, ou até negativas, já mudaram os hábitos de financiamento das empresas e o comportamento de poupança dos residentes; toda a economia já se adaptou ao estado de "dinheiro barato". Agora, para que todos se habituem lentamente à normalização das taxas, a estratégia do banco central é repetir "não estamos a apertar" — aumentando as taxas enquanto suaviza a mensagem, preparando o mercado psicologicamente.

O que é fundamental? O governador foi claro — inflação básica e crescimento salarial. Contanto que os salários continuem a subir e a inflação se mantenha em torno de 2%, a normalização prossegue. Caso contrário, se houver sinais de risco na economia, o ritmo será imediatamente desacelerado. Este método "orientado por dados" oferece aos participantes do mercado um quadro de expectativas claro.

Para os traders, em vez de ficarem atentos ao próximo encontro para saber quando será o aumento, é melhor acompanhar de perto os dados de inflação e a velocidade do crescimento salarial. Esta revolução não tem uma linha de chegada, apenas um equilíbrio que se ajusta dinamicamente com os fundamentos económicos. As mudanças na liquidez, no fundo, dependem desses dados macroeconómicos a falar.