PancakeSwap envolvido em controvérsia política! Deputado dos EUA solicita investigação ao plano de criptomoedas de Trump

Senadora dos EUA Elizabeth Warren dirigeu uma carta ao Secretário do Tesouro e ao Procurador-Geral, solicitando uma investigação de segurança nacional sobre a ligação entre PancakeSwap e os interesses comerciais do Presidente Trump. Ela apontou que o PancakeSwap tenta ampliar os tokens emitidos pela World Liberty Financial (WLFI), relacionados a Trump, questionando se há envolvimento com “influência política indevida nas decisões de aplicação da lei do governo Trump”.

Império Cripto de Trump: Controvérsia entre WLFI e PancakeSwap

Para entender por que Warren mencionou PancakeSwap, é preciso primeiro compreender a estratégia comercial de Trump no setor de criptomoedas. A World Liberty Financial (WLFI) é um projeto de criptomoedas com ligação direta ao Presidente Trump, cujo token recentemente recebeu suporte de liquidez significativo na PancakeSwap. Como protocolo DeFi importante na Binance Smart Chain (BNB Chain), que opera em múltiplas blockchains, o suporte ao token WLFI por PancakeSwap levantou questões sensíveis de natureza política.

Na carta dirigida ao Secretário do Tesouro Scott Bessent e à Procuradora-Geral Pam Bondi, Warren afirmou claramente que PancakeSwap “tenta ampliar” os tokens WLFI relacionados a Trump, comportamento que pode envolver transferência de interesses. Ela questiona: por que uma exchange descentralizada daria atenção especial a projetos ligados ao presidente? Isso não indicaria que o governo Trump estaria pressionando PancakeSwap e suas entidades relacionadas ou oferecendo isenções regulatórias em troca?

Esta não é a primeira vez que Warren ataca os interesses de Trump no setor de criptomoedas. No mês passado, ela já havia participado de uma solicitação de investigação semelhante sobre WLFI. Agora, incluindo explicitamente PancakeSwap na investigação, demonstra-se que o Partido Democrata busca construir uma narrativa mais completa de uma “cadeia de interesses cripto de Trump”. Desde a emissão do token WLFI, passando pelo suporte de liquidez do PancakeSwap, até possíveis privilégios regulatórios, Warren tenta traçar um quadro de conflito de interesses.

No entanto, é improvável que o próprio governo Trump responda a pedidos de investigação sobre interesses comerciais do presidente. Oficiais da Casa Branca e Trump continuam alegando que suas relações com criptomoedas não representam conflito de interesses. Essa posição tem respaldo legal, pois o presidente dos EUA possui certas isenções em relação às leis de conflito de interesses. Mas, politicamente, o papel de “juiz e jogador” que ele desempenha certamente suscita ampla dúvida.

Regulação DeFi: maior ponto de controvérsia na proposta de lei cripto

A solicitação de investigação de Warren não é um evento isolado, mas parte de um jogo político maior nas negociações da lei de estrutura de mercado de criptomoedas. Ela criticou plataformas DeFi por “facilitar bilhões de dólares em transações diárias sem exigir registro ou qualquer comprovação de identidade”. Essa crítica aponta diretamente para a característica central do DeFi — descentralização e acesso sem permissão — e a enquadra como uma ameaça à segurança nacional.

A regulamentação do DeFi continua sendo uma das principais questões a serem resolvidas pelos dois partidos na lei de estrutura de mercado. Especialistas do setor de criptomoedas descrevem isso como uma “questão de linha vermelha”, que pode determinar se a indústria apoiará ou não a legislação final. Para os republicanos e democratas moderados que apoiam o setor, uma regulamentação excessivamente rígida do DeFi poderia sufocar a inovação e deslocar negócios para o exterior. Mas, para progressistas democratas como Warren, plataformas DeFi sem requisitos de KYC (Conheça Seu Cliente) representam um terreno fértil para lavagem de dinheiro e financiamento terrorista.

O conflito se agravou após a revelação da ligação entre Trump e PancakeSwap. Se um projeto relacionado ao presidente estiver usando plataformas DeFi, será que uma regulamentação frouxa do DeFi não estaria, na prática, servindo aos interesses comerciais do próprio Trump? Essa é a narrativa política que Warren tenta construir.

Acusações centrais de Warren contra plataformas DeFi

Falta de verificação de identidade: PancakeSwap e outros DeFi “facilitam bilhões de dólares em transações diárias sem exigir registro ou qualquer comprovação de identidade”

Risco à segurança nacional: podem ser “usados por terroristas, criminosos e Estados criminosos” para financiar atividades ilícitas

Influência política: ligação com “decisões de aplicação da lei do governo Trump” com potencial influência indevida

Arbitragem regulatória: uso de arquitetura descentralizada para evitar requisitos tradicionais de regulação financeira

Transferência de interesses: apoio especial a projetos ligados a Trump, levantando dúvidas sobre conflito de interesses

Negociações da lei cripto atrasadas: fator Trump como variável chave

O presidente do Comitê Bancário do Senado, Tim Scott, confirmou que as negociações da lei de estrutura de mercado de criptomoedas não atingiram as expectativas do setor para uma ação até o final do ano, sendo adiadas para janeiro para análise no comitê. Essa demora é parcialmente atribuída às controvérsias sobre regulamentação do DeFi, agravadas pela ligação entre Trump e PancakeSwap.

Na Comissão Bancária do Senado, Warren foi quase marginalizada, pois uma grande maioria de colegas democratas concordou em negociar a legislação com os republicanos. No entanto, ela continua “lançando areia na negociação”, usando a controvérsia entre Trump e PancakeSwap para atrasar o avanço da lei. Embora essa estratégia não impeça a aprovação final, ela força os negociadores a fazer concessões em relação à regulamentação do DeFi e às cláusulas de conflito de interesses.

Este é mais um ponto de controvérsia nas negociações da lei de estrutura de mercado — os democratas querem proibir altos funcionários do governo de buscar interesses comerciais no setor de criptomoedas. Apesar de ambos os lados confiarem que um acordo será alcançado, o Gabinete Oval já rejeitou algumas propostas iniciais. O governo Trump se opõe claramente a qualquer restrição às suas operações cripto, levantando dúvidas sobre a retomada das negociações no próximo mês.

Se as negociações atrasarem por semanas, podem conflitar com as negociações do orçamento do Congresso, que culminarão antes do prazo de 30 de janeiro. Na última vez, a disputa orçamentária levou ao shutdown do governo por semanas, atrasando ainda mais a legislação cripto. Para o setor, essa incerteza pode ser o pior cenário — sem um quadro regulatório claro, mas sob ameaça constante de investigações e ataques políticos.

Como uma das maiores exchanges descentralizadas do mundo, PancakeSwap se encontra no centro da luta política dos EUA. Será que a plataforma realmente favoreceu projetos ligados a Trump? Ou foi apenas uma questão de demanda de mercado que naturalmente proporcionou liquidez? A resposta a essas perguntas influenciará o futuro da regulamentação do setor DeFi. Se a investigação de Warren for atendida, PancakeSwap pode se tornar a primeira plataforma DeFi a ser alvo de uma revisão regulatória por ligação com Trump, estabelecendo um perigoso precedente para toda a indústria.