O preço do Bitcoin hoje oscila perto de 85.600 dólares, com confirmação técnica de uma quebra de bandeira de baixa, próximo objetivo de 80.600 dólares. Apesar de os dados do CPI de novembro nos EUA terem ficado abaixo do esperado, economistas alertam que o governo esteve fechado por 43 dias, levando o Bureau of Labor Statistics a fazer estimativas de 40% dos dados, levantando dúvidas sobre a confiabilidade do relatório. Divergências internas no Federal Reserve aumentam a incerteza sobre o caminho da política, pressionando ativos de risco.
Dúvidas sobre a distorção dos dados do CPI e a desconfiança do mercado
Os dados do CPI de novembro, divulgados pelo Bureau of Labor Statistics em 18 de dezembro, parecem positivos à primeira vista, com uma inflação geral de 2,7%, significativamente abaixo dos 3,1% previstos por economistas na pesquisa da Bloomberg, e também abaixo dos 3,0% de setembro. Excluindo alimentos e energia, o CPI core subiu 2,6% na comparação anual, também abaixo da expectativa de 3,0%. No entanto, a credibilidade do relatório foi questionada por vários economistas de Wall Street.
A questão central é o impacto do shutdown do governo. Uma paralisação de seis semanas forçou o BLS a interromper a coleta de dados de preços, estabelecendo um recorde histórico. Como consequência, o BLS cancelou o relatório de inflação de outubro e, posteriormente, teve que estimar muitos dados de preços, ao invés de basear-se em pesquisas reais. Essa prática é conhecida na estatística como “imputação”. Os dados mostram que, na estatística do CPI de setembro, o BLS imputou até 40% dos dados, mas não revelou a proporção específica de novembro.
Michael Hanson, economista sênior do JPMorgan, afirma que os dados de inflação abaixo do esperado “podem indicar que o BLS, ao não conseguir coletar preços em outubro, assumiu que alguns preços permaneceram inalterados”, levando a uma “viés de baixa substancial” nos números atuais, que podem ser corrigidos nos próximos meses com a recuperação dos dados completos. Diane Swonk, economista-chefe da KPMG nos EUA, também alerta que, devido à compressão do período de pesquisa, “esses dados devem ser interpretados com cautela”. Ela comenta: “Alguns preços que deveriam ter subido, na verdade, caíram, enquanto outros que deveriam ter recuado, subiram. Esses resultados são confusos.”
Distorção dos dados do CPI e o triplo golpe no Bitcoin
Incerteza na política aumenta: Se os dados estiverem distorcidos, futuras correções podem elevar a inflação, abalando as expectativas de corte de juros do Fed
Confiança do mercado prejudicada: Investidores perdem confiança nos dados oficiais, reduzem a disposição ao risco e retiram fundos de ativos de risco
Estratégias de negociação confusas: A dúvida sobre a confiabilidade dos dados prejudica análises técnicas e fundamentais, aumentando a volatilidade
Jon Hill, chefe de estratégia de inflação da Barclays nos EUA, afirma: “O mercado não acredita, porque esses dados ‘não passam no teste do cheiro’. Sem uma explicação clara de como o BLS chegou a essas estatísticas, é difícil confiar totalmente nelas. Devido à grande discrepância e à alta dificuldade de interpretação, os investidores não querem fazer apostas pesadas com base nisso.”
Votos contrários no Fed acentuam divergências de política
A segunda razão para a forte queda do Bitcoin hoje é a grave divergência interna no Federal Reserve. Na reunião de taxa de semana passada, três membros do FOMC votaram contra a decisão, algo extremamente raro na história do Fed. A reunião reduziu a taxa de juros pela terceira vez consecutiva em 25 pontos-base, para uma faixa de 3,5%-3,75%.
Jeff Schmid, presidente do Fed de Kansas City, e Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, ambos pediram cautela, alertando contra descuidar da inflação e defendendo manter as taxas inalteradas. Por outro lado, Stephen Miran, conselheiro do Fed e aliado de Trump, defendeu uma redução de 50 pontos-base de uma só vez. Ele afirmou nesta semana que a chamada “inflação fantasma” está distorcendo as decisões do Fed, e que o nível real de inflação subjacente é muito mais baixo.
Essas divergências internas geram confusão no mercado. Se os hawks dominarem, o número de cortes futuros será menor do que o esperado, e o ambiente de altas taxas prejudicará ativos de risco como o Bitcoin. Se os doves prevalecerem, uma redução rápida de juros pode reverter a inflação, provocando uma nova rodada de aperto monetário. Em qualquer cenário, a incerteza sobre o caminho da política é o maior fator negativo.
De acordo com dados de probabilidade de taxa do Capital Edge, a expectativa do mercado de um corte de juros na próxima reunião do Fed em 28 de janeiro permanece em 24%. Ainda assim, os investidores esperam cerca de 60 pontos-base de cortes ao longo do próximo ano, com o primeiro corte previsto para junho. Essa expectativa diverge das declarações reais dos membros do Fed, e o mercado aguarda orientações mais claras.
Quebra de bandeira de baixa no gráfico técnico e a linha de 85.000 dólares
(Fonte: Trading View)
No aspecto técnico, o gráfico diário do Bitcoin mostra que o mercado está em uma fase sensível, com o preço negociando perto de 85.600 dólares, acima da zona de suporte entre 85.000 e 85.100 dólares. Essa região já atraiu compras em baixa várias vezes, mas o momentum de compra diminuiu, indicando que a demanda está enfraquecendo.
Estruturalmente, o Bitcoin confirmou uma quebra de bandeira de baixa, um padrão de continuação que se formou após uma forte queda de quase 100 mil dólares no início do trimestre. Essa quebra reforça a tendência de recuo. O preço ainda encontra resistência na média móvel de 50 dias (cerca de 94.500 dólares) e na de 100 dias (cerca de 100.100 dólares), ambas inclinadas para baixo, formando resistência dinâmica.
O momentum permanece fraco. O RSI está na casa dos 30, indicando que o poder de compra é limitado, mas sem sinais de sobrevenda, sugerindo espaço para mais quedas. As velas recentes são pequenas e sobrepostas, sinalizando consolidação e não reversão. Ainda não há sinais claros de reversão.
Se o fechamento diário ficar abaixo de 85.000 dólares, o preço pode buscar o suporte em 83.000 dólares, enquanto a formação de bandeira de baixa indica potencial de queda até 80.600 dólares. Para aliviar a pressão de baixa, o preço precisa recuperar acima de 90.200 dólares e voltar a focar na resistência de 94.500 dólares, onde a oferta ainda é forte. No curto prazo, uma falha na recuperação após uma queda abaixo de 90 mil dólares favorece os vendedores. Se o preço cair para perto de 80 mil dólares, pode atrair compradores de longo prazo, ao invés de traders agressivos de venda a descoberto.
A razão para a forte queda do Bitcoin hoje é a combinação de incerteza macroeconômica e quebra técnica. A dúvida sobre a confiabilidade dos dados do CPI, somada às divergências internas no Fed, aumenta essa incerteza. No aspecto técnico, a quebra de bandeira de baixa e o suporte de 85.000 dólares estão em risco, ampliando o pânico. Nesse ambiente, ativos de risco sofrem forte pressão de venda, e o Bitcoin, como um dos ativos de maior volatilidade, naturalmente se torna uma das principais vítimas.
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Por que o Bitcoin caiu hoje? Dados do CPI distorcidos e divergências do banco central levaram a uma quebra abaixo de 85.000
O preço do Bitcoin hoje oscila perto de 85.600 dólares, com confirmação técnica de uma quebra de bandeira de baixa, próximo objetivo de 80.600 dólares. Apesar de os dados do CPI de novembro nos EUA terem ficado abaixo do esperado, economistas alertam que o governo esteve fechado por 43 dias, levando o Bureau of Labor Statistics a fazer estimativas de 40% dos dados, levantando dúvidas sobre a confiabilidade do relatório. Divergências internas no Federal Reserve aumentam a incerteza sobre o caminho da política, pressionando ativos de risco.
Dúvidas sobre a distorção dos dados do CPI e a desconfiança do mercado
Os dados do CPI de novembro, divulgados pelo Bureau of Labor Statistics em 18 de dezembro, parecem positivos à primeira vista, com uma inflação geral de 2,7%, significativamente abaixo dos 3,1% previstos por economistas na pesquisa da Bloomberg, e também abaixo dos 3,0% de setembro. Excluindo alimentos e energia, o CPI core subiu 2,6% na comparação anual, também abaixo da expectativa de 3,0%. No entanto, a credibilidade do relatório foi questionada por vários economistas de Wall Street.
A questão central é o impacto do shutdown do governo. Uma paralisação de seis semanas forçou o BLS a interromper a coleta de dados de preços, estabelecendo um recorde histórico. Como consequência, o BLS cancelou o relatório de inflação de outubro e, posteriormente, teve que estimar muitos dados de preços, ao invés de basear-se em pesquisas reais. Essa prática é conhecida na estatística como “imputação”. Os dados mostram que, na estatística do CPI de setembro, o BLS imputou até 40% dos dados, mas não revelou a proporção específica de novembro.
Michael Hanson, economista sênior do JPMorgan, afirma que os dados de inflação abaixo do esperado “podem indicar que o BLS, ao não conseguir coletar preços em outubro, assumiu que alguns preços permaneceram inalterados”, levando a uma “viés de baixa substancial” nos números atuais, que podem ser corrigidos nos próximos meses com a recuperação dos dados completos. Diane Swonk, economista-chefe da KPMG nos EUA, também alerta que, devido à compressão do período de pesquisa, “esses dados devem ser interpretados com cautela”. Ela comenta: “Alguns preços que deveriam ter subido, na verdade, caíram, enquanto outros que deveriam ter recuado, subiram. Esses resultados são confusos.”
Distorção dos dados do CPI e o triplo golpe no Bitcoin
Incerteza na política aumenta: Se os dados estiverem distorcidos, futuras correções podem elevar a inflação, abalando as expectativas de corte de juros do Fed
Confiança do mercado prejudicada: Investidores perdem confiança nos dados oficiais, reduzem a disposição ao risco e retiram fundos de ativos de risco
Estratégias de negociação confusas: A dúvida sobre a confiabilidade dos dados prejudica análises técnicas e fundamentais, aumentando a volatilidade
Jon Hill, chefe de estratégia de inflação da Barclays nos EUA, afirma: “O mercado não acredita, porque esses dados ‘não passam no teste do cheiro’. Sem uma explicação clara de como o BLS chegou a essas estatísticas, é difícil confiar totalmente nelas. Devido à grande discrepância e à alta dificuldade de interpretação, os investidores não querem fazer apostas pesadas com base nisso.”
Votos contrários no Fed acentuam divergências de política
A segunda razão para a forte queda do Bitcoin hoje é a grave divergência interna no Federal Reserve. Na reunião de taxa de semana passada, três membros do FOMC votaram contra a decisão, algo extremamente raro na história do Fed. A reunião reduziu a taxa de juros pela terceira vez consecutiva em 25 pontos-base, para uma faixa de 3,5%-3,75%.
Jeff Schmid, presidente do Fed de Kansas City, e Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, ambos pediram cautela, alertando contra descuidar da inflação e defendendo manter as taxas inalteradas. Por outro lado, Stephen Miran, conselheiro do Fed e aliado de Trump, defendeu uma redução de 50 pontos-base de uma só vez. Ele afirmou nesta semana que a chamada “inflação fantasma” está distorcendo as decisões do Fed, e que o nível real de inflação subjacente é muito mais baixo.
Essas divergências internas geram confusão no mercado. Se os hawks dominarem, o número de cortes futuros será menor do que o esperado, e o ambiente de altas taxas prejudicará ativos de risco como o Bitcoin. Se os doves prevalecerem, uma redução rápida de juros pode reverter a inflação, provocando uma nova rodada de aperto monetário. Em qualquer cenário, a incerteza sobre o caminho da política é o maior fator negativo.
De acordo com dados de probabilidade de taxa do Capital Edge, a expectativa do mercado de um corte de juros na próxima reunião do Fed em 28 de janeiro permanece em 24%. Ainda assim, os investidores esperam cerca de 60 pontos-base de cortes ao longo do próximo ano, com o primeiro corte previsto para junho. Essa expectativa diverge das declarações reais dos membros do Fed, e o mercado aguarda orientações mais claras.
Quebra de bandeira de baixa no gráfico técnico e a linha de 85.000 dólares
(Fonte: Trading View)
No aspecto técnico, o gráfico diário do Bitcoin mostra que o mercado está em uma fase sensível, com o preço negociando perto de 85.600 dólares, acima da zona de suporte entre 85.000 e 85.100 dólares. Essa região já atraiu compras em baixa várias vezes, mas o momentum de compra diminuiu, indicando que a demanda está enfraquecendo.
Estruturalmente, o Bitcoin confirmou uma quebra de bandeira de baixa, um padrão de continuação que se formou após uma forte queda de quase 100 mil dólares no início do trimestre. Essa quebra reforça a tendência de recuo. O preço ainda encontra resistência na média móvel de 50 dias (cerca de 94.500 dólares) e na de 100 dias (cerca de 100.100 dólares), ambas inclinadas para baixo, formando resistência dinâmica.
O momentum permanece fraco. O RSI está na casa dos 30, indicando que o poder de compra é limitado, mas sem sinais de sobrevenda, sugerindo espaço para mais quedas. As velas recentes são pequenas e sobrepostas, sinalizando consolidação e não reversão. Ainda não há sinais claros de reversão.
Se o fechamento diário ficar abaixo de 85.000 dólares, o preço pode buscar o suporte em 83.000 dólares, enquanto a formação de bandeira de baixa indica potencial de queda até 80.600 dólares. Para aliviar a pressão de baixa, o preço precisa recuperar acima de 90.200 dólares e voltar a focar na resistência de 94.500 dólares, onde a oferta ainda é forte. No curto prazo, uma falha na recuperação após uma queda abaixo de 90 mil dólares favorece os vendedores. Se o preço cair para perto de 80 mil dólares, pode atrair compradores de longo prazo, ao invés de traders agressivos de venda a descoberto.
A razão para a forte queda do Bitcoin hoje é a combinação de incerteza macroeconômica e quebra técnica. A dúvida sobre a confiabilidade dos dados do CPI, somada às divergências internas no Fed, aumenta essa incerteza. No aspecto técnico, a quebra de bandeira de baixa e o suporte de 85.000 dólares estão em risco, ampliando o pânico. Nesse ambiente, ativos de risco sofrem forte pressão de venda, e o Bitcoin, como um dos ativos de maior volatilidade, naturalmente se torna uma das principais vítimas.